Diz a imprensa que o Ministro da Fazenda não é palatável para o Eliseu Quadrilha. E lembra um candidato para substitui-lo, Armínio Fraga, que tem uma frase lapidar: "Nunca participe de um governo em cuja companhia você se sinta constrangido em ser fotografado". No Palácio Jaburu, trabalham ou trabalharam Temer, Padilha, Geddel, Loures e Moreira Franco, os mais fotografados da crônica policial. Como a maioria dos políticos estão sendo investigados por corrupção, deveria haver uma lei proibindo que filho de político pudesse ser candidato a cargo público. Laranja não cai longe do pé. Por isso o alerta do Armínio. Isto me faz lembrar que no Palácio do Jaburu trabalha o general Sérgio Etchegoyen. Que é filho do também general Leo Etchegoyen, já falecido. Temido pelos comunistas e asseclas, fazia valer o peso da farda que dignificava. Em uma época foi Adido Militar brasileiro na Suíça. Morava com a família em Berna, em um edifício. Entre os vizinhos, um plantou no jardim, ao lado do acesso a porta principal, uma árvore frutífera que vicejava e cujos frutos começavam a ficar maduros. E o Leo para os filhos: “Estas frutas não são nossas, portanto vocês não podem arrancá-las!”.
Avisou uma vez. Ponto final. Os jovens passavam diariamente, várias vezes, pela árvore, mas o aviso do pai era maior que o desejo. Principalmente, o aviso dado significava que tirar um dos frutos era furtar, roubar algo alheio, independente do valor. Furtar uma nação ou furtar uma carteira, independente do valor, é furtar. Uma prova de mau caráter, de pessoa inidônea, de cafajeste. Não que o larápio sinta remorsos. Não liga e ainda acha explicações para seus atos. Chego à questão que não entendo: como é que alguém que segue a carreira do pai defende-o com intransigência, reconhece que suas ações na vida pública e privada foram corretas e, portanto, teoricamente, deve ter a mesma têmpera dele, consegue trabalhar no Jaburu?
ivar4hartmann@gmail.com
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