A primeira notícia de que a cloroquina ou seu derivado, a hidroxicloroquina, que é mais segura, mas custa mais caro, podiam servir para combater o coronavirus foi difundida pelo Trump. Assim mesmo: poderiam servir. Cientistas e médicos do mundo todo confirmam estarem examinando o fármaco como um possível aliado no combate ao vírus, com as ressalvas que toda droga requer. Se o leitor gosta de usar medicação, indicadas pelo médico ou por conta própria, leia a bula. Elas atacam uma doença e liberam outras. Todas. Sem exceção. Para qualquer mal que nos aflige. Às vezes até são necessárias. Então, antes de tomar seu medicamento como prática diária, tipo alimento, leia a bula. Por exemplo: para o mal estar digestivo, sintoma simples que causa mais desconforto que preocupação, tem soluções com poucas contra indicações até medicamentos que causam males maiores. Como um país fechado pelo corona: morre da cura. Voltemos: usada contra a malária, por ser um antiinfeccioso, busca-se agora usá-la contra a Covid-19. Em um estudo recente na França, o uso da hidroxicloroquina foi capaz de eliminar o coronavirus do organismo de 70% dos pacientes após seis dias de tratamento.
Ponto para a direita. Mas os casos mais graves de Covid-19 são de pessoas idosas, que têm doenças cardíacas. E um dos efeitos colaterais da cloroquina é facilitar as arritmias cardíacas. Ponto para a esquerda. Deprimente o Brasil onde um assunto como este é tratado sob o enfoque político. Para os laboratórios atrás de vacinas caras, um dos defeitos da cloroquina é que é um medicamento barato, logo o lucro é pequeno. Igual a qualquer remédio, ela deve ser tomada mediante prescrição médica, ou seja, eliminando desde logo o uso por idosos com históricos cardíacos. Nada impede o uso por outros pacientes. Mas, primeiro, ela não é uma vacina, não impede a contaminação e não adianta tomar por precaução.E segundo, como todos os medicamentos, tem várias contraindicações que só os médicos e não os políticos podem avaliar.
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