Este Flávio Bolsonaro, senador investigado pela polícia federal e pelo Ministério Público, é a cara de um malandro. Foi deputado corrupto na mais corrupta Assembléia do mais corrupto Estado brasileiro. Lutando para não ser processado, tem apelado para o pai presidente. Bom lembrar ao pai, para que não seja manchado pelo filho, o que ocorreu no Alcácer de Toledo, fortaleza daquela cidade ao sul de Madri. Em 18 de julho de l936 começa a Guerra Civil Espanhola e o franquista coronel Moscardó toma a fortificação com mil homens e prepara a defesa contra dez mil soldados do governo que a cercam imediatamente passando a bombardeá-la. Contra qualquer possibilidade de êxito resiste aos assaltos e bombardeios até o dia 27 de setembro quando soldados de Franco chegam em seu auxílio e obrigam os legalistas a levantar o sítio. O prédio tinha virado uma ruína, paredes e torreões destruídos. Os defensores lutavam usando os túneis e porões, com poucos alimentos, medicamentos e armas. Mas venceram. Episódio quase esquecido daquela guerra. O que conto está gravado e ocorreu no dia 23 de julho.
Moscardó recebe um telefonema do comandante adversário que coloca seu filho, preso naquele dia, na linha. “Pai me prenderam. Se não entregares o Alcácer irão me fuzilar.” Moscardó treme, pensa e afinal responde: “Lamento filho. Encomenda tua alma e morra como homem!” O jovem é então fuzilado. Entre o dever a cumprir e a vida do filho a defender, Moscardó escolheu o caminho mais difícil. Entregou a vida do filho em troca de uma resistência que parecia impossível de seguir. É um dos mais marcantes episódios da Espanha moderna. Símbolo da escolha entre honra e morte, dever e paternidade. Inspire-te nele Bolsonaro.
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