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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Diarreias mentais - CXXI


O toalete

No início da década de 1940, por ocasião do período conhecido como Ciclo da Borracha, premidos também pelas secas constantes, houve uma corrida de nordestinos para a Amazônia. 
Com a II Guerra Mundial em curso na Europa e os aliados ávidos pelo látex dos seringais nacionais, o Governo Brasileiro estabeleceu vantagens para quem quisesse enfrentar o calor e as doenças tropicais da região amazônica.
Entre as vantagens oferecidas pelas autoridades federais, estava incluído o transporte gratuito por via marítima. 
Um dos nossos conterrâneos também embarcou naquela “canoa” que, posteriormente, a história nos mostrou que era furada. 
A bordo de um navio de cabotagem, conhecido como Ita, com a barriga desacostumada com comida, no primeiro dia o sertanejo devorou toda a boia oferecida na 3ª classe do navio.
Resultado: teve uma puta dor de barriga com direito a violentas cólicas intestinais.
Na hora “aga”, a barriga roncando, sem ele saber onde se desapertar, saiu correndo pelos corredores do navio e esbarrou num tripulante. 
Segurando as calças, pálido, suado e com uma cara de espanto (e de dor), perguntou:
– Meu patrão! Onde fica “o mato” desse navio?.

Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha

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