Cascudos, cocorotes
e puxões de orelhas
A nossa e as gerações anteriores foram criadas levando, dos nossos pais, muita porrada no lombo, ou como querem alguns: pisas, sovas, surras, pancadas, cascudos, beliscões e cocorotes e todo tipo de espancamento.
Não sei se as pancadas que sofremos nos fizeram pessoas melhores, mas, pelo menos em mim, aquelas cacetadas não deixaram nenhum tipo de sequela. Eu apanhei pra burro! Vocês se lembram da velha e indefectível palmatória que, por incrível que possa parecer, era usada até na escola primária?
Em 13 de julho de 1990, o Governo Federal, com o fito de, entre outras aberrações, acabar com as agressões às crianças e aos adolescentes, resolveu criar, através da Lei nº 8.069, daquela data, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Portanto, subordinados por essa Lei, os nossos filhos agora têm a responsabilidade e o dever de criarem os nossos netos na base do “diálogo”. Eu não sou psicoeducador, assim não tenho a capacidade de afirmar se o correto era antes ou depois daquela Lei reguladora. Porém, só o futuro dirá se esta geração será devidamente educada sem umas boas palmadas disciplinadoras.
Em nome do “tudo politicamente correto”, eu me pergunto se, no futuro, não teremos que criar uma lei para proteger os pais de agressões físicas dos seus filhos criados sob a égide do ECA!
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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