Depois de O livro de contos de Alice N. (2012), Uns contos ordinários (2014), Contos do mundo delirante (2018) e O Bombo – guerra e paz em Natal, 1945 (2020), a escritora alencarina/natalense Cellina Muniz lança hoje o livro “QUASE CONTOS”, o quarto no gênero e o nono título publicado pela autora, dentre literários e acadêmicos.
O livro apresenta 16
estórias, a maioria escrita durante o ano de pandemia, e foi contemplado na Lei
Aldir Blanc/FUNCART.
“QUASE CONTOS” tem como
posfácio um pequeno ensaio crítico de Alves de Aquino, poeta e editor cearense,
além de professor de Filosofia da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA).
Conhecido ironicamente como Poeta de Meia-Tigela, Alves de Aquino se debruça
também sobre os livros anteriores de Cellina Muniz e assinala: “Cellina Muniz, com sua Tetralogia,
não escapa, nem quer, à condição ordinária
e delirante de qualquer ser
humano, escritora ou não: a da falta, da falha, da incompletude — essa carência
perpétua mediante a qual se procura transcender o conhecido já escrito rumo ao
contar possível e vindouro”.
O livro também tem na capa ilustração da filha da autora,
Rosa Maria, marcando assim o debut da jovem desenhista que, junto com a
mãe, veio de Fortaleza morar em Natal há dez anos.
A autora autografará o livro hoje, em lançamento simbólico, no
Sebo CataLivros, no Mercado de Petrópolis, no horário entre 9h00 e 13h00.
Mais informações pelo e-mail cellina979164@gmail.com ou com Raquel Lucena (84) 988311506.
Abaixo, pra degustar, um trecho do conto Dinheiro:
Caía algo: era a
tarde. Em algum lugar distante, uma floresta queimava. Enquanto isso, ali, o
vento soprava no verde das poucas árvores. Pedaços de papel voavam pela rua.
Ivo já ia na quarta. Ou seria a quinta? O que importava? A cerveja consolava.
Tomou um grande gole, limpando a espuma do beiço e esquecendo por um momento as
mazelas que havia.
Adriana mesmo, que
era o que ele mais queria por ora, não dava o menor sinal de existência.
E a vida continuava. Sem preço.
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