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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O sopro da vida

Ivar Hartmann

Somos um sopro de vida. Os livros de autoajuda, na maioria, são apenas o que já se sabe e servem para os autores ganharem dinheiro. Nascem aos borbotões. As palavras de apoio de psicólogos e psiquiatras remediam mas não ajudam o infeliz a ser feliz. A medida que nossa vida passa, adquirimos hábitos que passam a fazer parte de nós mesmos. E por isso é tão difícil mudá-los. Não obstante, muito mais importante do que nossas diferenças políticas, religiosas ou esportivas, cujas discussões as vezes raiam a selvageria, todos nós temos uma coisa em comum: o desejo permanente de sermos felizes. O que significa que nossa saúde, um pouco melhor ou um pouco pior, nos ajuda a levar uma existência tranquila. Que nossos familiares e amigos seguem com suas vidas e suas presenças nos dão felicidade. Que nosso fim de mês, dentro do que estamos acostumados, está garantido.

O vírus chinês mudou o mundo para pior. Vidas sadias e empregos garantidos desapareceram ao longo do ano passado. Parentes e amigos se perderam. Quando voltaremos a estar tranquilos já que a máscara é o sinal dos tempos difíceis que atravessamos? Afora isso, o destino está sempre pronto a nos surpreender. O erro ao volante, o passo em falso, o medicamento esquecido. Minúcias inesperadas e de repente o trágico. Que atingem a todos, independentemente da idade. A vida passa rápida. Não tanto como a da borboleta. Mais rápida que a da tartaruga. Dela levamos a vida que levamos. Viver nosso dia a dia como se fosse o último. Mas quem pensa nisso quando acorda? Viver espalhando otimismo e alegria para quem nos cerca. Viver de tal maneira que ao longo da vida possamos criar e conservar nossos amigos. Este o sopro de nossas vidas.

Promotor de Justiça aposentado - ivar4hartmann@gmail.com

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