Dia 15 de março

Ivar Hartmann

Fui promotor criminal, responsável por presídios e aprendi com colegas promotores, delegados de polícia e administradores de presídio. O pior detento era o ladrão, sempre pronto a, uma vez solto, voltar ao crime. Dirão que a sociedade não fornece os meios para readaptação, mas, vejam, eu falo que o pior detento era o ladrão. O homicida, o autor de lesões corporais também está no presídio, nada a ver com a vida de cada um quando saem de lá. Isso para dizer que temos quatro presidentes importantes. O mais, o da República. Mas temos também o do Senado, o da Câmara dos Deputados e o do STF. E temos os críticos de todos os quatro. Do primeiro dizem que é impulsivo, que fala demais. Dos outros dizem que são corruptos. Ou por estarem com o nome envolvido em alguma filial da Lava Jato, ou por usar dinheiro do povo para eleger-se e ao irmão, ou por cobrar de um Estado por serviços de advogado não praticado. Então, para separá-los, podemos dizer que temos um que não é ladrão. Ladrão aqui usado genericamente, mas nem por isso menos ladrão, e três que, como dizem na gíria, tem o rabo preso.
Dia 15 de março os brasileiros devem ir às ruas para protestar contra dois dos últimos que estão criando problemas de governabilidade para o primeiro. Os três são políticos, de partidos diversos, então, como os pontos do IBOPE são os mesmos, cada ponto que ganha o Bolsonaro, é um ponto a menos para os presidentes do Senado e Câmara, duas figuras que sempre foram do baixo clero parlamentar, ou seja, daqueles que não fedem nem cheiram e querem mesmo é garantir o próximo mandato. Os interesses de seus Estados são secundários. Pois estes dois, Alcolumbre e Maia, são as figuras que manobram a República. Mas foram neles que votamos? Parece-me que independente do grau de nosso amor por Bolsonaro, é importante participar dia 15 para pressionar o Congresso Nacional e seus corruptos, soltos graças ao STF. Pressão das ruas para assustar corruptos.

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