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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Confusões da Família Bolsonaro

Ivar Hartmann

Há uns dois meses, quando tudo eram rosas e flores, escrevi que deveria se ter cuidado com os filhos do Bolsonaro. E comparei-os aos moleques filhos do Lula e do esperto filho do FHC. Depois a imprensa noticiou que o neto de Figueiredo também é malandro. Agora, nem sessenta dias de governo, já temos um dos filhos do presidente sendo examinado: teria usado dinheiro de assessores da Assembleia do Rio para uso próprio e outro que, se imiscuindo em assuntos do governo, desmentiu pela imprensa um ministro de seu pai, criando uma crise em Brasília. Se o dito ministro mentiu e usou dinheiro do fundo eleitoral indevidamente, fazendo de conta depois que tinha explicado tudo ao presidente, tem que ser demitido porque a eleição era do honesto contra o ladrão. E os eleitores votaram no que se dizia honesto, pois o outro tinha como chefe um presidiário. O grande capital do Bolsonaro é sua propalada honestidade. Perdida esta, perdida sua honra. Para azar dos brasileiros.
Se o Bolsonaro ouve os filhos, em conversas reservadas, pode ser que cheias de boas intenções, nada demais, ouvir não é aceitar. Mas se os aceita como assessores capazes de derrubar ministros, significa que eles tem mais poder que os próprios ministros. Então planos de governo, nomeações, lei da previdência ou anticrime, deles é a decisão final? Que perigo! O que ocorre nas quatro paredes do lar de um cidadão, diz respeito a seus moradores. O que ocorre nas paredes de um lar chamado Palácio da Alvorada diz respeito a todos os brasileiros. Também não vamos exagerar. Sarney, Lula, Dilma, Temer, esta turma de espertos, usava os dois palácios para negociatas lucrativas, para acertar suas comissões e as do PT e PMDB.  Mas é contra isso que o povo votou. Não votou em partido, pessoa ou filho. Não merece ser enganado. Um filho sendo investigado. Outro falando demais. E o pai fica quieto?  Os 01, 02, 03, como se chamam, são  zeros muito perigosos.

ivar4hartmann@gmail.com

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