Ciduca Barros
Existe uma forma clássica de não ajudar: a omissão. A inércia, a ausência de ação não ajuda, não traz resultados. O ato ou o efeito de não fazer aquilo que moral ou juridicamente se devia fazer, também não é correto.
Juridicamente, a omissão, classificada no direito penal como “crime omissivo”, é quando uma pessoa não cumpre um dever a ela imposto. Portanto, a omissão poderá ser considerada crime.
À luz da teologia católica, a omissão é uma falha que ocorre quando o ser humano não faz algo que poderia e deveria ser feito. Assim, a omissão também poderá ser considerada pecado, se a pessoa sabe do seu poder e dever de agir – é chamado de pecado omissivo. São Paulo aludiu diretamente a este pecado quando disse: “Porque não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero” (Romanos 7:19).
Infelizmente, o povo brasileiro, mormente os mais humildes, é, constantemente, vítima de omissão, justamente por quem deveria servir, zelar e proteger: o governo. As autoridades governamentais omitem-se quando não dão um ensino de qualidade; omitem-se quando não dão a proteção policial que deveriam dar; e omitem-se quando não cuidam, convenientemente, da saúde do seu povo. Mas não pretendemos nos alongar muito sobre a omissão governamental ou política, uma vez que não é nossa intenção tratar desse assunto aqui neste espaço.
Queremos tratar da omissão das pessoas, dos seres humanos, frente às injustiças sociais. Queremos cuidar da inação que vemos, a toda hora, de pessoas que se dizem corretas e cristãs, diante das agruras daqueles que não foram aquinhoados pela fortuna, daqueles que estão abaixo de um nível social condigno.
Estamos cansados de ver atitudes de pessoas que demonstram indiferença sobre o mundo que as cerca. Especificamente, o Brasil está repleto de pessoas carentes e necessitadas de tudo, ilhado de pessoas que só olham para o seu próprio umbigo. Gente que se diz temente a Deus, mas espera que as injustiças sociais sejam resolvidas apenas por nosso governo, muitas vezes, inoperante. E muitos, tentando explicar, mais para si do que para os demais, ainda dizem:
– Nós pagamos nossos impostos, portanto esses problemas sociais devem ser solucionados pelas autoridades.
Precisamos parar de nos omitir e passarmos a agir. Precisamos sair do nosso mundinho de luxo, de posses e de futilidades e fazer algo ou alguma coisa pelos necessitados. Mas para cessarmos de nos omitir e começar a agir é necessário fazer mudanças. E essas mudanças começam por modificarmos a nós mesmos, sermos nós mesmos e não o que tentam nos impingir: um mundo fútil, onde o que conta é a beleza física, o ter, o possuir, o amealhar.
Mudando a nós mesmos, talvez possamos ver o outro, o necessitado, nosso semelhante cheio de privações. Mudando a nós mesmos, talvez possamos dar um pouco do que temos e mitigar a fome do outro. Mudando a nós mesmos, talvez paremos de nos omitir. Parando de nos omitir, talvez também paremos de culpar os governos e os políticos, e passemos a agir, a nos doar.
Todos somos culpados pelas coisas erradas que estão por aí. A omissão conjunta das autoridades, dos políticos e a nossa própria é a única culpada das diferenças sociais deste País. Dizem, e eu concordo, que “é melhor pecar por excesso do que por omissão”.
Precisamos deixar de lado a nossa omissão e encontrar uma maneira de participar para amenizar as vicissitudes dos necessitados.
Como forma de agradecer a Deus as bênçãos que Ele já me ofertou, bem como fugir da omissão, todos os meus livros têm também um cunho humanitário.
O livro “CASOS & CAUSOS DA GENTE DO SERIDÓ”, não poderia ser diferente. Parte do seu resultado está sendo destinado à CAMPANHA DONA CORUJA, de Caicó (RN), uma campanha que tem a função social de fornecer material escolar para estudantes carentes da rede pública de ensino naquele município.
Isto posto, vocês da cidade de Caicó e cidades circunvizinhas, que estão interessadas em adquirir o nosso livro, faça-o através da CAMPANHA DONA CORUJA (Professora Eugênia Kelly, fone 99972-0931).
Pagando apenas R$ 30,00 (trinta reais), você vai dar boas gargalhadas com as “peripécias” da gente do Seridó e ainda, solidariamente, não estará se omitindo.
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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