Ciduca Barros
“Não cometerás adultério”
(Êxodo 20:14)
Você já observou que o substantivo masculino “corno” não tem um correlato feminino?
Ou seja, já notou que não existe o substantivo feminino “corna”?
Por que será? Provavelmente, porque o mundo é machista.
Para o público masculino, o chifre que o macho põe em sua fêmea não conta.
Para o bloco machista, botar chifre na mulher é normal, daí não existir corna ou chifruda.
Não concordo com esse pensamento e tenho certeza de que, na mulher, chifre dói tanto quanto no homem.
E tem mais: o homem quando é surpreendido no ato de chifrar a sua consorte, ainda resolve se tornar cínico.
Para exemplificar o que afirmo, leiam a historieta abaixo.
Paulo Henrique, casado de papel passado com D. Margarida, pai de três filhos dela, como dizia Odorico Paraguaçu, era um “safadista militante”.
Certa feita, com a maior cara de pau, estava num barzinho da cidade no maior idílio com uma namorada.
Eis que entraram ali um conterrâneo e a esposa.
A mulher do amigo vendo aquele quadro, revoltada, pois era amiga íntima da esposa de Paulo Henrique, quis tirar um sarro.
– E aí, Paulo Henrique? Como vai Margarida?
O namorador que, naquele momento, já deveria estar com muitas na cabeça, nem se abalou.
Com todo o cinismo do mundo, respondeu:
– Mamãe vai bem, obrigado!
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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