Ciduca Barros
Quem foi fiscal da Carteira Agrícola, do Banco do Brasil de antigamente, sabe como aquela comissão tinha os seus momentos de desconfortos.
Em pleno sertão, no pino do meio-dia, nosso preposto chegar com fome à casa de um mutuário e não ser convidado para almoçar, era um castigo dos céus.
Foi exatamente o que aconteceu com aquele faminto fiscal, quando visitava uma propriedade rural no Seridó Potiguar.
Empréstimos normais.
Orçamentos cumpridos.
Aquisições realizadas.
Havia apenas um grave problema: era uma hora da tarde e nada dele ser convidado para papar o feijão.
Depois de uma longa caminhada pelo roçado do sítio, ele e o mutuário chegaram à casa sede e ele pediu para lavar o rosto.
A dona da casa trouxe uma bacia com água e uma toalha limpa.
Ele olha para a mesa e não vê nenhum prato.
Olha para o fogão e o vê apagado.
Desesperado, apelando para uma insinuação, perguntou à dona da casa:
– D. Maroquinha! Será que lavar o rosto em jejum ofende?
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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