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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

A corrupção na cúpula

     

Ivar Hartmann

Este é o ano das eleições. Candidatos fortes são o atual presidente e o antigo. Ambos deixam marcas que o tempo apagará, como a conduta de seus filhos, passíveis de inquéritos e processos penais. Se o tempo não apagar, as altas cortes de Brasília se encarregarão disso. Então, os líderes da direita e esquerda tem muito em comum, afora as afinidades de ambos com o Centrão, o grupamento político do Congresso Nacional que é vergonha para qualquer nação civilizada. Mas tudo fica por isso mesmo. Os poderosos de Brasília, como se viu o ano passado, nas festas que patrocinaram em Lisboa, não dependem de siglas partidárias, cargos políticos ou jurídicos. São uma nova Maçonaria. A Maçonaria de resultados. Com várias Lojas como a maçonaria tradicional. Só que, ao contrário destas, são lojas mesmo: tudo se compra, tudo se vende.

A Transparência Internacional publica um relatório anual: Índice de Percepção de Corrupção. Ordena os países do mundo de acordo com "o grau em que a corrupção é percebida a existir entre os funcionários públicos e políticos". O índice é medido de 0 a 100, sendo zero considerado um país muito corrupto e 100 muito íntegro. Na esfera das relações humanas em particular, está relacionado ao suborno: oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica quem paga impostos. Em 2020, o Brasil obteve 38 pontos no ranking que avalia 180 nações, estando na 94ª posição.  Melhores no ranking Dinamarca e Nova Zelândia, com pontuação de 88. Uma das conclusões da Transparência sobre o Brasil: Nenhuma agenda de reformas anticorrupção foi apoiada pelo governo e aprovada pelo Congresso em 2020. Porque? Porque acabaram com a Lava Jato e o Centrão assumiu o poder.


Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com


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