Todos conhecem estas duas definições: Paraíso fiscal é um território onde as transações financeiras são autorizadas sem identificar as pessoas envolvidas ou com poucas informações sobre elas, com tributações reduzidas ou nulas. Offshore traduz-se por “em alto-mar”. O termo se refere a empreendimentos ou contas bancárias abertas fora do país de origem do proprietário. Embora sejam vinculadas a paraísos fiscais e crimes de sonegação fiscal, empresas offshore não são necessariamente ilegais. O megavazamento Pandora Papers, divulgado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, revelou que Paulo Guedes é dono de uma offshore no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. O Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe, no Artigo 5º, que funcionários do alto escalão mantenham aplicações financeiras que possam ser afetadas por políticas governamentais, no Brasil e no exterior.
Como decisões e declarações de Guedes impactam no câmbio, especialistas enxergam um possível conflito de interesses entre o cargo que ele ocupa e o investidor antigo e eficaz que é. Ainda candidato, Bolsonaro dizia que não entendia de economia mas que seu futuro ministro Paulo Guedes era o “bambambã” da área. Acertou. Em 1º de janeiro de 2019 quando Paulo Guedes assumiu, o dólar estava a R$ 3,85. Agora está a R$ 5,52. Ele tem mais de 9 milhões de dólares aplicados em um paraíso fiscal. Seriam R$$ 34 milhões quando assumiu e R$ 50 milhões agora. Um lucro de 14 mil reais por dia como ministro. Sim, é competente. E legal. Atualmente quem dirige a offshore do ministro é sua filha com quem ele, obviamente, nunca conversa sobre câmbio ou economia e nem se preocupa com sua conta. Afinal, são só 9 milhões de dólares.
Promotor de Justiça aposentado
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