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terça-feira, 5 de outubro de 2021

O petróleo é nosso, a Petrobras não

                       

Ivar Hartmann

Como tantas ações que deram novos rumos ao Brasil, país agrícola, a Pwtrobras é obra de Getúlio Vargas. Promessa de campanha transformada em lei, garantiu aos brasileiros a exploração do nosso petróleo, via companhia estatal nacional. Naquele tempo, o monopólio estatal era a garantia de não virarmos colônia explorada, como os países árabes detentores de grandes jazidas petrolíferas. Atualmente o capital da Petrobras está assim dividido: governo do Brasil (50,26%) investidores brasileiros (10,52%) investidores estrangeiros (38,98%). Ou seja, os resultados financeiros da companhia serão divididos entre seus acionistas nestas proporções. No segundo trimestre deste ano a companhia informou um lucro líquido de R$ 42,855 bilhões. Então 21 bilhões é do governo federal, 16 bilhões é o lucro dos especuladores estrangeiros e o restante divide-se entre os acionistas brasileiros.

Fato nebuloso: mesmo tendo um lucro fabuloso nos últimos meses, o Governo que nada mais é do que o representante do povo brasileiro, insiste em aumentar o preço dos combustíveis desvairadamente, do que resulta prejuízos e descompassos para todos brasileiros, proprietários da Petrobras. Estranho, muito estranho. Serão os estrangeiros fazendo pressão indevida pelos aumentos? Serão os acionistas nacionais, bem colocados na Diretoria, querendo lucros ainda maiores? Com o lucro, o presidente da Petrobras pode ganhar cerca de R$3,5 milhões anuais. O salário médio de cada um dos 8 diretores da estatal foi de R$3 milhões em 2019, nove vezes mais que o salário anual do Presidente da República de R$371 mil. Mas só se der lucro. Para isso, que se dane a economia, a produção e a paz social. Diretores da Quinta Coluna.

Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com

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