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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Pélvicas angras

Geraldo Rodrigues

Pélvicas angras
aonde veleja
meu barco ébrio
entre suores.
Meu barco púbico
roçando o porto
de tuas ancas,
nos desesperos.

Se a quilha agito
qual um corcel,
nos descampados
já faço água
neste batel
desgovernado
nos teus desmandos.

Só sigo a viagem,
mais confortado,
quando fundeio
nos teus abraços.

Enfim, assédios
de muitos frêmitos
me desintegram
nos teus penhascos!

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