Páginas

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Papai Noel: favor para 2020

Ivar Hartmann

Devoto de Papai Noel, resolvi conhecer sua morada na Lapônia, em Rovaniemi, no norte da Finlândia, em pleno Círculo Polar Ártico. Até lá, uma longa viagem de trem de Helsinque com transbordo em Kemi ou Oulu, não lembro bem. Pelas janelas do vagão aquecido corria a floresta nevada e córregos gelados. Muito frio. No lugar da baldeação o vento cortava o rosto, enquanto os pequenos barcos do porto estavam todos em terra porque o Golfo de Bótnia tinha congelado. Na cidade me hospedei em um hotelzinho cuja dona me recomendou fechar a janela para dormir porque não escureceria à noite. Paradoxo: era tudo que eu queria ver. No outro dia peguei um ônibus, atravessei o rio e depois voltei a pé: a casa do Papai Noel era fora da cidade. A neve deixava brancas as casas e ruas. Na vila do bom velhinho várias edificações, incluindo sua casa, agência de correios, estábulo e mangueira para as renas. Então ficou provado: ele existia, o melhor sonho da inocência das crianças.  Apenas os adultos, já acostumados às maldades do mundo, é que não o querem ver.
Fui falar com ele pensando: sou o primeiro brasileiro a vir aqui. Quando disse isso, Ele levantou-se, foi até uma mesinha onde havia uma pilha de revistas e de lá tirou uma Manchete (maior revista brasileira á época). Dentro uma extensa reportagem com fotos dos repórteres brasileiros que estiveram lá. Bá! Bem, é o seguinte Papai Noel. Mesmo assim, o senhor deve estar lembrado de mim, afinal poucos são os gaúchos que lhe visitaram. E nossos cabelos brancos e barba são quase iguais. Agora, depois de ter deixado seus presentes no Brasil, o senhor volta com o trenó vazio. Não dá para levar junto o Toffoli e o Gilmar Mendes e deixá-los por aí? Com um Feliz Ano Novo para todos nós?

ivar4hartmann@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário