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domingo, 1 de dezembro de 2019

Cinquenta tons de cinza seridoense


Ciduca Barros

Nunca iremos entender os gostos sexuais dos outros. Para nós, que pensamos ser normais, alguma opção sexual de terceiros é considerada uma tara. 
Depois de já viver mais de setenta primaveras, cheguei à conclusão de que, na alcova e entre lençóis, tudo é válido, tudo é normal, desde que haja aquiescência das partes envolvidas.
É na cama onde encontramos muitas histórias hilariantes, tipo esta a seguir.
Aquele casal se conheceu numa boate da sua cidade e logo estavam numa cama de motel. Nas preliminares, com ambos já em trajes de Adão e Eva, ela lhe fez uma confissão bombástica:
– Durante a transa, eu gosto de ser esculachada!
E, por extensão, lhe fez um pedido:
– Então, quando estivermos trepando pode me chamar dos palavrões que você quiser. Eu adoro e me dá muita tesão!
O cara, mesmo achando aquilo muito insólito, mandou todas as palavras obscenas do seu vocabulário:
– Toma, rapariga escrota!
– Galinha!
– Pede mais, vagabunda!
– Puta safada!
E despejou muito mais obscenidades, que eu não as descrevo aqui em respeito aos meus leitores pudicos. 
A garota, com o ato sexual no lugar certo e os palavrões nos seus ouvidos, estava no auge do prazer, quando o parceiro esgotou o seu estoque de palavrões e resolveu inovar:
– Hoje você encontrou um macho, gorda safada!
Pra que ele disse isso, minha gente? Naquele momento, a mulher deu uma “popa” tão grande e até jogou bruscamente o cara no chão. E, já de pé no meio do quarto, furiosa e indignada, ela vociferou:
– Seu grosseiro! Mal-educado! Aprenda a tratar uma dama. Você jamais deverá chamar uma mulher de “gorda”, seu bosta!
E vestindo a roupa, ainda disse:
– Cretino! Brutamontes!

Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha

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