Longevidade
Comemorar aniversário é sempre bom.
Reunir amigos, colegas e parentes, para numa confraternização geral e descontraída festejar uma data, que relembra alegria e felicidade, não existe nada melhor.
Há pessoas que respiram comemorações (as suas e as dos outros), são os chamados “arroz de festa”.
Para essa gente quando não há nada para comemorar, elas inventam.
Mas estas pessoas são um caso à parte.
Conheço um cidadão, que foi um profissional conceituado em sua terra, muito bem-humorado apesar dos seus mais de 90 anos de idade.
Ainda no controle de suas perfeitas faculdades físicas e mentais, participa de uma confraria que se reúne na praça de alimentação de um dos supermercados da sua cidade.
E foi ali que ocorreu esta interessante história.
Certa feita, ele comentou com os demais participantes da sua confraria:
– No próximo sábado, será o aniversário da minha formatura. Estarei completando 60 anos de formado!
Ele se formou em Medicina, na década de 1940, na Faculdade de Medicina de Salvador – Bahia, uma das mais conceituadas do País.
Vocês convirão que 60 anos de formado, num curso superior de duração de seis anos, é realmente muito tempo decorrido.
Então, um dos confrades, resolveu lhe perguntar:
– E aí, doutor! A sua turma vai se reunir para comemorar?
E ele, consciente da sua longevidade e usando do seu bom humor, respondeu:
– Que turma? Só estamos vivos eu e o fotógrafo!
Seria desnecessário dizer do pasmo e do riso da turma ali presente.
O assombro só não foi maior quando, tempos depois, ele trouxe uma nova notícia sobre a sua formatura:
– Pessoal, sabe quem morreu?
E ele mesmo respondeu:
– O fotógrafo!
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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