Ciduca Barros
Há alguns anos, o Banco do Brasil vinha sentindo o desânimo e a falta de motivação dos seus servidores, criou, no conteúdo programático dos seus cursos, aulas de autoajuda, logicamente, com o objetivo de levantar o moral e o ânimo do seu funcionalismo.
Faço esta peroração inicial para justificar a presente historieta.
Naquela época de vacas magras e de desmotivações, um colega nosso, nosso conterrâneo, nosso amigo, velho cliente do Bar de Ferreirinha, administrador de uma filial do Banco do Brasil, reconhecidamente irreverente, foi convocado para fazer um curso no DESED, em Brasília (DF), órgão do Banco que promovia os cursos.
Foi exatamente na aula de motivação que o fato ocorreu.
O professor resolveu perguntar, individualmente, a cada um dos participantes, o que desejaria ser, caso não fosse gerente do Banco do Brasil.
As respostas foram bastante variadas: alguns queriam ser médicos, dentistas, engenheiros, advogados, etc., e ninguém queria ser bancário.
E chegou a vez de indagar ao nosso conterrâneo:
– E você, o que desejaria ser, caso não fosse gerente do Banco do Brasil?
O nosso personagem ainda quis fugir da pergunta:
– Deixe pra lá, professor! Deixo a sua pergunta sem resposta.
Mas o professor, incisivo, insistindo que teria que haver uma resposta à sua pergunta, voltou a perguntar:
– Por favor, me responda. O que você gostaria de ser, caso não fosse gerente do Banco do Brasil?
Daí o nosso amigo afirmou o que queria ser:
– Pandeirista de cabaré, professor!
O professor, assim como todos na sala, admirado com uma aspiração tão pouco significante, resolveu também perguntar?
– Por que uma profissão tão bizarra?
E o velho Gaubir Batista de Araújo, irreverente como sempre foi, explicou:
– Porque puta de cabaré, atualmente, todo gerente do Banco do Brasil já é!
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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