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domingo, 26 de abril de 2020

O estuprador

                                                        


Ciduca Barros

Numa determinada cidade, lá para as bandas do Seridó Paraibano, um sujeito, cheio de enroladas, foi acusado de falsificação de bebidas. 
Estava com uma destilaria clandestina, dentro da sua própria casa, falsificando até uísque 12 anos. 
Assim como todos que são acusados de crimes, ele jurava de pés juntos que aquela incriminação não procedia.
Na audiência de instrução e julgamento, ele alegou ao Juiz que a destilaria encontrada em sua casa não funcionava e que ele a comprou como sucata e pretendia vender como ferro-velho. 
– Não! Essa sua conversa fiada não vai me convencer! O simples fato de ter sido encontrado o equipamento de uma destilaria em sua casa é uma prova cabal de sua culpabilidade – decretou o meritíssimo Juiz. 
Naquele momento, o trambiqueiro teve um grande lampejo de defesa ao ouvir a palavra “equipamento”, e mandou bala no meritíssimo:
– Doutor! Quer dizer que o senhor também vai me acusar de estupro!
O juiz, visivelmente espantado, perguntou:
– Estupro? Por que eu o acusaria de estupro? 
– Porque eu também tenho o “equipamento” próprio para esse tipo de delito!

Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha

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