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domingo, 4 de setembro de 2022
terça-feira, 23 de agosto de 2022
A desaparecida
Em 2021 o Brasil registrou 65.225 pessoas desaparecidas. Em média mais de 200 sumidos por dia. Pelas estatísticas, Minas Gerais teve 31,8 desaparecidos por 100 mil habitantes em 2021. O Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro com o maior número de ausentes per capita. São 67,2 por 100 mil habitantes. Mais do que o dobro. Os estudiosos devem saber quais as causas desta diferença assombrosa, entre mineiros e gaúchos. Segundo o Sistema Nacional de Localização e Identificação, 30.000 casos são de crianças e adolescentes até 17 anos. E a Seção de Descoberta de Paradeiros, diz que mais de 60% dos sumidos voltam para casa. Mas os dados são falhos porque muitas comunicações de desaparecimento, quando a pessoa volta, não são informados. Ante números tão grandes, parece que a dor dos familiares tende a eclipsar-se. É exatamente o contrário, porque números não interessam aos que estão em desespero.
É o medo e a tensão pelo desenlace, de pais e parentes do ausente. Sai o dia e entra a noite. Hora a hora. Esperando um telefonema. Uma notícia boa. Abre o dia. Vem a noite. E o silêncio ou a falta de novas informações, continua. E a esperança, cada vez mais longínqua, a medida que um desaparecimento é constatado, carrega consigo o trauma para sempre. Só substituído quando por uma conclusão feliz. Pela lei natural dos humanos, os filhos veem os pais se irem. É um tipo de sofrimento. Pior, muito pior, é o revés: os pais verem os filhos se irem. É uma tragédia. Que nenhum pai quer passar. Minha mãe viu quatro de seus cinco filhos falecerem. A última, ela já mais idosa, quebrou sua resistência. Resistência mantida pela religião: a Bíblia na cabeceira da cama e a fé inquebrantável em Deus e em uma nova vida. Sempre ajuda.
Promotor de Justiça aposentado
ivar4hartmann@gmail.com
terça-feira, 16 de agosto de 2022
segunda-feira, 15 de agosto de 2022
sábado, 6 de agosto de 2022
terça-feira, 12 de julho de 2022
Aventureiros e mercenários
Na Guerra Civil Espanhola do século passado, milhares de aventureiros participaram dos combates, nos dois lados dos bandos em luta, afora militares nazistas e comunistas. O que os movia era principalmente a paixão pela causa que defendiam: democracia ou comunismo. As guerras de independência na África fizeram surgir um novo negócio, o de empresas que intermediam a contratação de ex-militares ou civis para servirem, como guarda armada ou tropa de exército, em favor de ditadores sob perigo de cair ou líderes revolucionários que necessitam maior poder de fogo. Mediante remuneração e seguro de vida. Negócio lícito muito procurado e objeto de vários filmes mais ou menos reais. Agora, na Ucrânia, os comunistas russos contrataram chechenos e, dizem, sírios para seu exército. E ocidentais de vários países já foram detectados nas tropas ucranianas. Há poucos dias dois gaúchos foram mortos lutando pela democracia. Comandados por outro brasileiro.
Muita coragem para assumir riscos elevados e bem pagos. Mercenários? Aventureiros? Como se engajam? Segundo a imprensa, na entidade chamada Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. Responsável pelo recrutamento de combatentes. Emprego que pode pagar até dois mil dólares mensais. No Brasil o engajamento passa pela Embaixada da Ucrânia em Brasília ou pelos consulados de São Paulo, Curitiba e Blumenau. Contrato legal, com poucos documentos como prova de prestação do serviço militar e passaporte válido. Emprego proibido aos militares da ativa. Pela lei brasileira, nada impede de um civil combater por um exército estrangeiro. A lei penaliza apenas quem provocar guerra ou hostilidades contra o Brasil. Liberdade e democracia. Comunismo e tirania.
Promotor de Justiça aposentado
ivar4hartmann@gmail.com
terça-feira, 5 de julho de 2022
Criança: nada na cabeça!
Há muitos anos levei meu filho para praticar esqui nórdico, aquele praticado em locais nevados com pequenas elevações. No meio da floresta do Cerro Otto, em Bariloche, tinham feito uma pista: dois sulcos paralelos, de uns 10 cm de profundidade, correndo por km entre as árvores, serpenteando pelo alto da montanha. Muito lindo. Como não sabíamos esquiar, contratei um professor que tinha aberto uma escola em uma casinha, no fim da estrada de montanha, onde o fogão a lenha deixava tudo e todos com cheiro de fumaça. Era um ambiente acolhedor e por lá passávamos o dia. Bela lembrança. Fabian Eiras era o nome do professor e proprietário. Sujeito simpático. Saíamos pela pista em fila indiana, eu, meu filho e o professor para que ele mostrasse os detalhes de nossos erros. No segundo dia meu filho foi na frente e desapareceu entre as árvores. Reclamei do professor: como é que ele já está andando melhor do que eu?
Nunca esqueci a resposta: “O que ele tem na cabeça?” E em seguida: “Nada! Enquanto tu, mesmo prestando atenção no que fazemos, tem todo tipo de problemas na cabeça, incluindo tua segurança, ele não tem nada na cabeça com que pensar. Então ele assimila tudo mais fácil. E não te preocupe que não vai acontecer nada.” Demos a volta ao morro e, ao final, lá estava o piá, com cara de sem vergonha, nos esperando. O que quero dizer é simples: criança não tem nada na cabeça. O mundo vai lhe ensinar. Falar, olhar, sentir, escrever, é um processo. Neste aprendizado não é difícil ver que são seus professores diuturnamente. Se eles falham, por ignorância ou descaso, não adianta mais tarde lamentar. É fácil dizer sim para não se incomodar. Dizer não, só para pais inteligentes que pensam no futuro.
Promotor de Justiça aposentado
ivar4hartmann@gmail.com
sábado, 2 de julho de 2022
terça-feira, 28 de junho de 2022
Dançar como Anitta ou dublar Pabllo Vittar?
Mas, até agora, as pesquisas continuam na mesma.
Parabéns comunistas do Brasil
O maior gênio militar brasileiro do século passado foi o capitão Luiz Carlos Prestes, depois general-comandante da Coluna Prestes, uma epopeia latina. Vale a pena ver no Google. Terminada a gloriosa Marcha que leva seu nome, Prestes aderiu ao comunismo internacional e foi perseguido a vida inteira. Na clandestinidade, morou na Rússia e passou a ser sustentado pelos camaradas russos. Não sei se hoje, os comunistas brasileiros ainda tem esta fonte de renda secreta e nada desprezível. Quero cumprimentá-los pelas vitórias russas na Ucrânia. Seu correligionário Putin sabe como aumentar o poderio e a importância da Rússia, o que é bom para o Partido Comunista Russo e os Partidos Comunistas disseminados pelo mundo, como o brasileiro. Inimigos natos dos EUA. Que todos abominam mas para onde todos querem ir.
Lamentável ter um senão. Quando Hitler invadiu a Rússia a ferro e fogo, matando civis e destruindo cidades, igual a Putin na Ucrânia, os americanos foram em socorro dos comunistas e com seus formidáveis armamentos sofisticados, impediram a queda de Moscou. Só graças a eles os russos detiveram os nazistas e os expulsaram de seu território. Agora os americanos fazem o mesmo, fornecendo armas de última geração mas para a Ucrânia, que consolida as frentes de batalha, como os russos antes. Então, se a história se repetir, o próximo passo será os comunistas russos começarem a amargar derrotas até serem expulsos da Ucrânia. O que será bom para o Brasil e o Ocidente. O comunismo é na esquerda o que o fascismo é na direita. Extremistas que suprimem os direitos dos cidadãos, como vida, liberdade e propriedade. É bom? Apoie os comunistas. E a invasão da Ucrânia. Seja contra ti e os teus.
Promotor de Justiça aposentado
ivar4hartmann@gmail.com
terça-feira, 14 de junho de 2022
terça-feira, 7 de junho de 2022
Viver, morrer, tanto faz
Admiro as pessoas para as quais viver ou morrer dá no mesmo. Que não tem preocupação com sua saúde, tão natural no ser humano. O fatalismo dos árabes, de que tanto se fala na literatura, encontrou entre os brasileiros o solo ideal para prosperar. Fatalismo ou comodismo. Tanto faz. Os Governos, através dos anos, vem pondo a disposição da população vacinas contra a gripe, a mais conhecida, contra varíola, sarampo, paralisia infantil. Nem bem nascemos e já nos aplicam a BCG contra tuberculose, que deixará uma marca permanente em nosso braço. E seguimos tomando vacinas por toda vida. Definindo: vacinas são agentes imunizadores usados na prevenção de doenças. São produzidas utilizando-se o próprio organismo causador da doença. Ao receber a vacina, nosso corpo inicia a produção de anticorpos, e, graças à nossa memória imunológica, quando tivermos contato novamente com o agente causador da doença, estes anticorpos serão produzidos rapidamente, evitando que fiquemos doentes.
Acostumados a morosidade dos serviços públicos do Brasil. Acostumados as falas grandiloquentes de nossos políticos, é preocupante as falas dos profissionais da área de saúde do país, acompanhando os relatos dos responsáveis pela Covid-19. Apenas no Rio Grande do Sul, eram 341 casos em 9 de maio e saltaram para 737 em 31 de maio. Mais do que duplicou o número de atendimentos em três semanas. Há dois anos era o desespero atrás de vacina, agora, com as vacinas contra Covid sobrando, se constata que nem todos completaram as doses necessárias. Fiz três vacinas. Na mais demorada, foram 10 minutos de espera. Bem melhor que passar dias em uma cama, rezando para não morrer.
Promotor de Justiça aposentado
ivar4hartmann@gmail.com
sexta-feira, 27 de maio de 2022
terça-feira, 24 de maio de 2022
Nostalgia e geografia
O Jornal ABC, no último sábado, fez um registro importante para nossa história. As lembranças do último marinheiro do rio dos Sinos. No século passado, uma via de transporte importante entre vários municípios gaúchos próximos a Porto Alegre. Aprofundar suas lembranças seria uma boa colaboração para nossa história no séc. XIX. Pensando em rio, podemos dizer que o rio Amazonas e afluentes é o sistema fluvial por excelência dos indígenas sul-americanos. O rio São Francisco seria o rio dos portugueses. O Tietê dos bandeirantes. O Paraná e Uruguai dos missionários jesuítas. O Itajaí o dos alemães. O Taquari a mescla de três povos: portugueses próximos a sua foz, alemães em seu curso médio e italianos nas cabeceiras. A colonização brasileira está marcada pelos seus cursos de água.
Desde a chegada dos primeiros imigrantes em 1824, o rio dos Sinos conta a saga gaúcha/alemã. O diplomata e escritor Viana Moog, membro da Academia Brasileira de Letras, natural de São Leopoldo, escreveu um romance, “Um rio imita o Reno”, ambientado no rio dos Sinos. Os mais conhecidos farroupilhas de origem alemã, foram o Pastor Klingelhöfer construtor da primeira igreja luterana do sul do Brasil em Campo Bom e seu filho Georg Karl, ambos mortos durante a Guerra dos Farrapos. O episódio mais marcante de seitas religiosas sulinas no século passado, os Muckers, se deu em Sapiranga, onde os religiosos da seita foram mortos pelo exército. Sempre as margens do rio dos Sinos. Hoje perdeu sua importância como via de navegação, mas segue fornecendo suas águas para os habitantes de ricas cidades rio-grandenses. Para irrigar lavouras de arroz e, com seus afluentes, criar florestas, vida e pastos para esta região gaúcha.
Promotor de Justiça aposentado
ivar4hartmann@gmail.com