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terça-feira, 7 de junho de 2022

Viver, morrer, tanto faz

                   

Ivar Hartmann

Admiro as pessoas para as quais viver ou morrer dá no mesmo. Que não tem preocupação com sua saúde, tão natural no ser humano. O fatalismo dos árabes, de que tanto se fala na literatura, encontrou entre os brasileiros o solo ideal para prosperar. Fatalismo ou comodismo. Tanto faz. Os Governos, através dos anos, vem pondo a disposição da população vacinas contra a gripe, a mais conhecida, contra varíola, sarampo, paralisia infantil. Nem bem nascemos e já nos aplicam a BCG contra tuberculose, que deixará uma marca permanente em nosso braço. E seguimos tomando vacinas por toda vida. Definindo: vacinas são agentes imunizadores usados na prevenção de doenças. São produzidas utilizando-se o próprio organismo causador da doença. Ao receber a vacina, nosso corpo inicia a produção de anticorpos, e, graças à nossa memória imunológica, quando tivermos contato novamente com o agente causador da doença, estes anticorpos serão produzidos rapidamente, evitando que fiquemos doentes.

Acostumados a morosidade dos serviços públicos do Brasil. Acostumados as falas grandiloquentes de nossos políticos, é preocupante as falas dos profissionais da área de saúde do país, acompanhando os relatos dos responsáveis pela Covid-19. Apenas no Rio Grande do Sul, eram 341 casos em 9 de maio e saltaram para 737 em 31 de maio. Mais do que duplicou o número de atendimentos em três semanas. Há dois anos era o desespero atrás de vacina, agora, com as vacinas contra Covid sobrando, se constata que nem todos completaram as doses necessárias. Fiz três vacinas. Na mais demorada, foram 10 minutos de espera. Bem melhor que passar dias em uma cama, rezando para não morrer. 


Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com

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