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domingo, 7 de março de 2021

Calmo

 FERNANDO PESSOA

Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.

Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.

Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada espera
Tudo que vem é grato.



terça-feira, 2 de março de 2021

Falta de vergonha

 




Agora feda

 




Folgado

 




Um foi: e o outro?

 

Ivar Hartmann

Há dois anos, Bolsonaro eleito foi se encontrar com o Presidente Trump dos Estados Unidos. Grande identidade entre eles, o americano que ficou rico comerciando em Nova Iorque e o latino ainda deslumbrado. Como Trump era contra a máscara e a favor da cloroquina, Bolsô seguiu seu ídolo. Trump foi derrotado na eleição pela maneira errada como dirigiu a pandemia. Não foi  estadista, pagou o preço. Agora, passado um ano, as coisas ficaram mais claras. Os países civilizados da Europa e América adotaram a máscara como um protetor seguro e capaz de diminuir a contaminação. A cloroquina é considerado um medicamento que diminui os efeitos do vírus chinês, mas longe de ser um antídoto. A vacina chinesa que o presidente brasileiro recusava adquirir e que permitiu ao governador Dória correr na frente e comprar, em uma jogada política, ao final depois de milhares de mortes, começou a ser comprada da China.

A Amazônia é o pulmão do mundo segundo a lenda. Manaus, sua capital. Quando seus filhos poderiam pensar que morreriam por falta de oxigênio? O ministro da saúde está sendo processado por sua responsabilidade nas mortes. Bolsonaro, em desrespeito aos governadores que fecharam seus Estados, como o fazem os países europeus para lutar contra a pandemia, diz que eles não deixam as pessoas trabalhar. E para continuar a dar o mau exemplo para os pobres e sofridos, continua aparecendo sem máscara. A eleição para a qual ele busca a reeleição é o ano que vem. Como Trump, o que ele está fazendo agora vai refletir e ser cobrado amanhã. O atual presidente americano já vacinou 50 milhões de cidadãos em pouco mais de um mês, enquanto engatinhamos na vacina. Há que temer a volta dos quadrilheiros.

Promotor de Justiça aposentado - ivar4hartmann@gmail.com

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Segredo

 MARIA TEREZA HORTA

Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça

nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa

Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço

Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar

nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar.

BAR DE FERREIRINHA




Agora feda

 




Noticia muito importante para a humanidade

RECORDE: Karol Conká tem rejeição de quase 100% da população brasileira no BBB21.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Sujou

 




Lascou tudo





País de praia e carnaval

Ivar Hartmann

Tem um livro, se não me engano do Garcia Márquez, cujo título é “CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA”. Igual ao Brasil, terra de praia e carnaval. Aglomerações na praia = morte. Aglomerações no carnaval = morte. Todos sabiam que os excessos levariam ao aumento da contaminação do vírus chinês com a consequente superlotação dos leitos hospitalares e aumento do número de mortes. As batidas policiais para coibir festas particulares foram uma onda no oceano. Até porque, afora estes dois pesos a mais, as favelas estão super lotadas, os metrôs e os ônibus também e o único medicamento usado em quantidades no Brasil é a máscara. Verdade que na praia não dá para andar de máscara. Igual que em uma festa. E é da índole de cada povo. Alguns aceitam as proibições de não aglomerações. Outros não. Na civilizada Europa as pessoas foram a praia. Porque aqui seria diferente?

Então, ok, com o mesmo espírito desportivo vamos aguentar as consequências. Afinal o grande desportista nacional, o Bolsô, sempre fez alarde de que o vírus chinês não era nada. Não comprou vacinas quando elas estavam disponíveis no mercado. Como grande médico receitou medicamentos que podem inibir ou minorar os sintomas da doença, mas não combatê-la. E nunca usou a fundamental máscara, a não ser quando obrigado pela lei. O jornalista chapa-branca da Record, Augusto Nunes, que já foi sério e eu gostava de ouvir, comparou os mais de 250 mil mortos brasileiros com os mortos de outros países, para dizer que o Brasil não é o pior em mortandade. Que adianta isso para quem viu os seus morrerem? Como o Bolsô não demite o  incompetente ministro da saúde, culpado de Manaus, que consegue deixar as cidades sem vacinas?

Promotor de Justiça aposentado - ivar4hartmann@gmail.com