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terça-feira, 22 de março de 2022

A guerra atômica

           

Ivar Hartmann

A imprensa, para vender jornal, ou algum especialista, para criar pânico e virar notícia, alardeia uma eventual guerra atômica, face as ameaças de Putin. Uma guerra atômica por causa da Ucrânia é tão improvável quanto minha cadela castrada e que vive presa no pátio, aparecer com cria. Dos assustadores 17 milhões de quilômetros quadrados de área da Rússia, mais da metade pertence a Sibéria, conhecida pelo clima inóspito. Da população de 144 milhões de habitantes, Moscou tem 12 e São Petersburgo 5 milhões, mais de 10 por cento da população. No centro da Rússia, três cidades e arredores, Kemerovo, Khantia-Mansia e Ecaterimburgo abrigam os maiores parques industriais do país. Esta última é o local onde o czar Nicolau, a mulher e 5 filhos, quatro moças e uma criança, foram massacrados pelos comunistas em 1918. Isso para dizer que na Rússia tudo é perto do Ocidente, onde estão as grandes cidades e os grandes parques industriais. 

A Rússia tem 4.650 ogivas nucleares. Do outro lado, eventuais adversários, os EUA tem 2.400, França 300, Inglaterra 225, Israel 400 e a Índia 110. Somando 3.435 armas nucleares. Opine o leitor: há dúvidas do que aconteceria se elas fossem lançadas? Este volume de armas divididos por estes países é que faz da guerra atômica uma impossibilidade. Outra, é que a Rússia seria a primeira a desaparecer como grande nação, pois seus alvos são concentrados e, os dos demais países, espalhados. A Rússia é muitíssimo vulnerável a um ataque atômico. Sem contar que os russos tecnicamente, são inferiores aos ocidentais. Mais armas não significam melhores armas. Putin, bandido inteligente, sabe. Resta aos ucranianos a guerra de guerrilha que certamente vai expulsar os invasores, mesmo demorando.  


Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com

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