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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O ministro amigo da morte

  

Ivar Hartmann

Marcelo Queiroga, o Ministro da Saúde, tem um sobrenome tão incomum no Brasil que certamente é de ascendência argentina, parente remoto do único Quiroga que deixou seu nome da história: Facundo Quiroga. No século XIX, logo depois da independência argentina, formaram-se duas facções políticas: unitários e federalistas. Os primeiros, a burguesia de Buenos Aires, defendiam um poder maior para a capital.  Os federalistas, homens do interior, lutavam por um poder maior para as províncias. Seu nome mais conhecido é Rosas que lutou contra o Brasil. Facundo era conhecido como o el tigre de los llanos, porque em sua mocidade matara um tigre. Era homem de extrema coragem. Foi político, militar, governador e era um caudilho do norte do país. Morreu assassinado como João Pessoa.

Queiroga, liderança do norte é natural de João Pessoa. Aqui acabam as comparações entre os parentes. Queiroga se vacinou para ser ministro. Depois foi mudando de médico para político. Com vários deslizes em combate, é patente que prefere manter-se no cargo a fazer o certo para proteger a população. Sua última manifestação é a prova disso. O político seu chefe, é contrário ao Brasil exigir um passaporte sanitário para a Covid, e disse: as vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade. Marcelo Queiroga, um médico, resolveu repetir a mesma frase, ao defender que novas regras excluam a exigência do passaporte sanitário. As vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade. Nos lábios do político, não da área médica, é apenas uma frase de efeito. Na boca de um médico e ministro da saúde, é uma estupidez. A custa da população brasileira saudável que voltou a produzir e quer proteção contra os estrangeiros.

Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com


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