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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Beijos perdidos

ANDERSON BRAGA HORTA

Se entre nuvens, flutuando, te revejo,
espanto a voz de pensamentos sábios.
E o beijo que me deste, sem ressábios,
deriva à flor do sonho e vem, sem pejo…
Se o ideal que em ti descubro, e o meu desejo,
devem morrer, digo-te agora: acabe-os
a volúpia esperada de teus lábios,
onde, aurora de amor, desponta um beijo!
Ai, e escondes tua alma, de vergonha,
atrás do meu orgulho malferido…
Mais forte, embora, inda suspira e sonha
por ti meu coração cheio de pranto.
E eu conto, amada, os beijos que hei perdido
porque (triste ventura!) te amo tanto!

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